O universo feminino a descoberto...

15
Jan 09

Morte, se calhar, é um bocadinho de exagero, mas quando o futebol compete directamente connosco pela atenção do nosso homem...ui, ui! Alto aí!

 

Para mim não dá! Eu sei que há muitas mulheres que sofrem este drama mas eu nunca na vida seria trocada por um jogo de futebol! 'Tá bem, 'tá.

 

Querem saber porquê? Como eu opero tal milagre?

 

Em primeiro lugar, devo avisar que este é um processo gradual e que requer muita paciência, no entanto vale mesmo a pena.

 

Ora aqui vai!

 

ANTES: Quando eu conheci o meu namorado ele era fanático, doente pelo FCP...até andava com cachecol no carro.

 

DEPOIS: Hoje apenas vê os resultados dos jogos (quando se lembra que há jogos)...e nem se chateia com as derrotas.

 

Para começar, não vale a pena perdermos a nossa saliva com discussões e com perguntas parvas do género "se tivesses que escolher entre mim e o futebol o que escolhias?".

Nunca, repito nunca, façam esse tipo de questão porque a resposta pode não ser a mais agradável.

 

O futebol é um gosto deles e se os contrariamos eles têm a sensação de que estamos a tentar mudar aquilo que eles são (e no fundo estamos mas eles não podem perceber isso!).

 

No início, sempre que havia jogo durante a semana, eu fazia aquele papel de namorada fixe: "Oh mor, se quiseres ficar hoje em casa em não me importo. Podes ver o jogo, a sério. Amanhã tamos juntos...não há problema nenhum".

 

Agora dando jogo ao fim-de-semana, nunca na vida iamos deixar de estar juntos por causa da bola. Poupem-me!

Querida como eu sou, propunha irmos ver os jogos juntos. Nos primeiros tempos eu apanhava uma seca descomunal...até cheguei a levar para o café os resumos de uma matéria para estudar para um teste.

 

Ele começou a perceber que aquilo para mim era uma verdadeira tortura! Passamos então a ver juntos só os jogos mais importantes. E ele lembrava sempre com um ar de cachorrinho abandonado: "Amanhã o Porto vai jogar com o não-sei-quem de não-sei-onde mas eu não quero ver". E eu, claro, dizia o que ele queria ouvir e lá iamos nós.

 

No meio disto tudo eu comecei a aperceber-me de que ele sofria mesmo com os jogos, era como se ele estivesse a jogar. Expressões como "nós ganhamos" ou "nós ainda vamos ser campeões" ou "perdemos injustamente" faziam parte do vocabulário dele.

 

Foi aí que eu decidi empregar toda a minha psicologia feminina que é extremamente racional:

"-Nós quem? Quem joga são eles e não tu. Quem ganha ou perde são eles e não tu. Tu não ganhas absolutamente nada se eles ganharem e também não perdes nada se eles perderem!

Pensa bem: tu matas-te a trabalhar um dia inteiro para chegar ao fim do mês e enfim...Eles, ganhando ou perdendo, têm sempre ordenados absurdamente altos, pagos por pessoas como tu, que sustentam o futebol, aliás, que sustentam a corrupção. Enquanto tu ficas aqui todo desgostoso a chorar a derrota do "teu" clube, eles vão para as suas mansões de luxo, nos seus grandes carros, jantar grandes banquetes todos juntos. Tu sofres pelo que eles não sofrem!"

 

Enfim, é evidente que este tipo de argumentos não colou à primeira e inicialmente gerou grandes discussões em torno do tema. Ao fim de algum tempo ele deixou de se importar tanto com as derrotas, o que já foi num grande passo.

 

De modo a "erradicar" quase por completo esta necessidade de assistir aos jogos, usei uma táctica extremamente divertida para nós e irritante para eles.

Enquanto assistia aos jogos (ainda hoje faço isto), punha-me a reparar e a comentar os pormenores mais estúpidos que encontrasse no jogo.

Eu dou alguns exemplos:

"Ai que gravata horrorosa que o treinador tem! Ai meu Deus!"

"Não posso ver aqueles colarinhos tortos do adjunto...cruzes credo! Até mete impressão!"

"Aquele jogador levou amarelo? Também com aquele penteado não admira. Tu já viste?! Aquilo usava-se há 20 anos atrás!"

 

Faço também outro tipo de comentários que arrasa com a moral de qualquer fã masculino de futebol:

"Olha, olha, olha! Aquele a passar a mão no rabinho do outro! Que coisa gay!"

"Viste como aquele se atirou para cima do amigo! Txiiiiiiii...aquilo foi mesmo p'ra lhe apalpar os ..."

"O futebol é a coisa mais gay que eu já vi....montes de gajos a correr atrás de uma bola...râguebi é uma coisa de homem, agora futebol é só amassos e mariquices"

 

Devo confessar que com frases como estas já levei o meu namorado a um ataque de nervos, mas também já consegui fazer com que ele levasse tudo menos a sério e desse umas boas gargalhadas.

 

Uma última estratégia para levar os homens a esquecer o futebol é atraí-los com algo que eles gostem ainda mais...hummm....vocês conhecem os vossos namorados/maridos...digo eu!

Não precisam de lhes dar o bolo, basta dar a entender que poderão eventualmente dar!!!

 

Eu devo confessar que esta última táctica é mais eficaz, visto o meu namorado adorar doces!

 

Um último conselho: se ele for daqueles mesmo, mesmo, mesmo fanáticos por futebol, troquem-no por outro...é que desse tipo não vale mesmo a pena. Nós devemos ser a prioridade na vida deles! Deiam valor a vocês próprias!

 

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Tânia

elasequesabem às 23:01
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